O curto-circuito é o resultado do superaquecimento da fiação elétrica, quer seja por implantação do sistema por mão de obra não qualificada, quer seja por uma sobrecarga, que é a colocação de equipamentos elétricos para além da capacidade para a qual o sistema foi construído para suportar, ou ainda o uso exagerado de extensões, adaptadores e multiplicadores de tomadas.
Extensão multiplicadora de tomadas com chave fusível, também conhecida como filtro de linha
Adaptadores (benjamins)
É uma ilusão incendiária imaginar que instalando uma extensão como a da figura acima tudo estará seguro porque ela dispõe de fusível, já estive em muitos apartamentos em que estes instrumentos derreteram e fecharam curto. Por sorte o disjuntor primário do prédio desarmou evitando o incêndio no apartamento, mas nem sempre é assim.
Os disjuntores são fabricados para sentirem a temperatura da fiação do circuito ao qual estão interligados, de forma que a demasia de objetos elétricos conectados esquentam a extensão criando nesta um ponto quente isolado, sem passar o calor para a fiação do imóvel.
Além de que quando o seu fusível queimar (que não é nada confiável assim como o próprio material que compõe o conjunto) o fogo já poderá ter tomado conta da extensão e dos cabos dos objetos ligados a ela, e quando os disjuntores finalmente desarmarem, talvez já seja tarde demais.
Identicamente, adaptadores em excesso numa tomada alimentando vários eletroeletrônicos mantêm o chamado ponto quente concentrado nos adaptadores da mesma forma que em extensões, estes elementos retêm o calor excedente sem passá-lo para a fiação do imóvel, de maneira que os disjuntores não detectam a ameaça à integridade da instalação elétrica pelo simples fato da temperatura dos fios estarem normais, em razão de que o superaquecimento está sendo retido no ponto quente, e não se disseminando ao longo do circuito controlado pelo disjuntor como deveria.
Extensões, filtros de linha, adaptadores e benjamins, assim como o jogo do bicho neste país comandado por ladrões eleitos através do voto obrigatório dos idiotas brasileiros – eu mesmo não voto, sou contra o voto obrigatório, herança colonial de coroné que mantém o Brasil famoso no planeta inteiro como o paraíso dos ladrões – são pelo governo tolerados, fabricados e vendidos livremente, porém vedados pela NBR, tanto que você não vê o selo do Inmetro nestes dispositivos.
O que a NBR determina em seus inúmeros e inúteis parágrafos que eu nem perco tempo em citar como muitos gostam de fazer por aí, é a abertura de mais pontos de tomadas de força caso se façam necessários, com a devida reestruturação da parte elétrica da construção no sentido da adesão de mais circuitos elétricos introduzidos em eletrodutos quer sejam embutidos ou aparentes nas paredes, com o encabeçamento de disjuntores adicionais para os novos pontos de tomada de força.
Sendo assim, se um curto-circuito aconteceu no seu imóvel e o disjuntor conseguiu evitar o pior desarmando, e somente os adaptadores ou extensões derreteram juntamente com os plugues dos aparelhos (graças a Deus), não compre outros adaptadores ou extensões novos, procure por um eletricista com formação escolar em eletricidade e abra novos pontos elétricos para que os equipamentos possuam cada um a sua própria tomada conforme as imagens abaixo:
Circuito de tomadas com eletrodutos aparentes
Circuito de tomadas com canaletas
Dia desses, assisti no Datena uma reportagem aterrorizante: uma senhora se encontrava na janela do seu apartamento no nono andar gritando por socorro enquanto uma fumaça preta saía ao seu redor, e ela se achava encurralada pelo fogo (causado por um curto-circuito), sendo o único meio de escapar do apartamento aquela janela, visto que a saída para o corredor do prédio estava tomada pelas chamas.
A população em baixo na rua gritava para ela se acalmar que os bombeiros estavam a caminho, mas como o calor estava insuportável lá dentro, ela de posse de uma tesoura começou a cortar aquela tela de nylon que muitos apartamentos têm nas janelas, e assim que abriu uma brecha, o gato, coitado, pulou com o seu rabo pegando fogo.
Em seguida a mulher passou para fora na tentativa de se segurar na beira da janela, mas não suportou o seu próprio peso e caiu batendo no chão morta ao lado do gato com o rabo torrado.
Seria cômico, se não fosse trágico.
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