Uma conta de luz que já vinha aos poucos aumentando de valor, ou de repente saltou para o alto e até mesmo dobrou de preço sem que tenha sido introduzido no imóvel nenhum equipamento de alta potência elétrica, esta conta está então acusando o consumo da energia sem que você a esteja usando, e possivelmente apontando para uma fuga ou furto da eletricidade.
Tudo que faz uso de resistência, ou seja, que aquece, esquenta a fiação também
Entretanto, se está sendo utilizado na instalação uma aparelhagem que não existia a até poucos anos atrás (mesmo sendo de baixo consumo elétrico) e para as quais o imóvel não foi concebido para suportar, então está existindo uma sobrecarga.
Em instalações elétricas o termo está ligado à adição de equipamentos para além da capacidade para a qual o sistema foi projetado, provocando o aquecimento anormal da fiação e transformação de energia em calor, como se houvessem chuveiros ligados o tempo todo pela casa inteira, aumentando cada vez mais a conta de luz.
Já a fuga de energia elétrica acontece por desgaste da fiação que está velha, ou por trabalhos elétricos mal feitos (gambiarras em excesso), e ainda pelo uso de material de baixa qualidade, ou seja, fios falsos; com muito plástico e pouco cobre que custam a metade do preço e são os favoritos para serem empregados nas reformas pelos famosos empreiteiros faz-tudo.
Mas igualmente uma inserção de fiação inadequada – original, mas fina – também provocará o aquecimento dos cabos durante a utilização da instalação e ao longo do tempo a perda do isolamento destes, favorecendo o contato da fiação com as partes metálicas da construção.
Sabemos por teoria que toda e qualquer conexão elétrica representa por si só uma resistência à passagem da eletricidade, por mais bem feita que tenha sido, gerando portanto aquecimento no ponto de transição, de tal forma que numa instalação antiga ou mal feita (construída com fios finos, falsificados, gambiarras) as emendas que estão por toda parte de qualquer instalação elétrica se deteriorarão e se conectarão às partes metálicas anexas aos eletrodutos ou até mesmo nos próprios eletrodutos, que em contruções antigas são de ferro.
Ao longo do tempo a isolação dos fios descasca acontecendo então o contato destes com as partes metálicas da distribuição elétrica do imóvel como no interior dos eletrodutos de ferro e nas caixinhas metálicas de passagem dos cabos nos tetos e tomadas, proporcionando o desvio de eletricidade para a massa do imóvel, ou seja, a fuga de eletricidade para a terra.
Quando tudo ficar bem ruim mesmo, aí baterá à porta o curto-circuito no momento em que os fios de fase ou de neutro se tocarem já com o seu isolamento esfarelado, transformado em pó pelo esquenta e esfria e a situação complicando de fato com os fios curto circuitando ao mesmo tempo em que se rompem e se soldam nas paredes dos eletrodutos de ferro, exigindo a partir daí quebra quebra para a troca da fiação.
Há de se atentar ainda para a possibilidade de fuga de eletricidade nos próprios eletrodomésticos da casa fazendo o teste em aparelhos conforme este vídeo.
Já o furto de energia elétrica por moradores de prédios é raro, mas existe, um caso corriqueiro é a utilização da energia elétrica do corredor ou das áreas externas do condomínio, além da ligação em paralelo com os cabos do relógio de luz dos outros no centro de medição.
Algumas pessoas sem escrúpulos fazem “gato” com a fiação das áreas comuns (corredores do prédio), e relógio de luz dos seus vizinhos de forma a reduzir o consumo da conta da sua unidade. Como eletricista apurei pessoalmente várias situações que me deram muito trabalho, como ter que ir de apartamento em apartamento para constatar que um morador havia ligado os cabos de entrada de energia do seu apartamento na distribuição elétrica do edifício.
Tive que desligar os disjuntores dos medidores (relógios de luz) de todos os apartamentos, e observei que um morador continuava com eletricidade mesmo com os disjuntores do centro de medição de energia desligados e com seu respectivo medidor sem registrar qualquer consumo. Ao analisar os cabos do apartamento notei que ele havia feito um gato na distribuição dentro do próprio centro de medição do prédio, de maneira que o condomínio é que estava pagando a sua conta de luz.
Em casas também pode existir o furto de energia elétrica quando um morador implanta uma conexão à rede de outro imóvel no padrão de energia, fazendo um gato nos cabos do padrão e trazendo prejuízos à empresa fornecedora de eletricidade ou ao seu vizinho quando este reclama que está pagando mais do que realmente gasta.
Então se não há sobrecarga na instalação nem ela é tão velha assim ou não tem gambiarras, para determinar se tem uma fuga ou um furto desligue todas as luzes e retire das tomadas todos os aparelhos e observe o relógio de luz. Se ele continua a registrar o consumo você tem um defeito na fiação ou há um furto de energia.
Faça o seguinte:
Desligue agora todos os disjuntores (menos o que fica junto do relógio de luz) dentro da construção e olhe novamente o medidor. Se ele parou, o defeito é dentro do imóvel após o quadro de disjuntores, confirmando a fuga na fiação dentro da casa.
Mas se ele ainda continua a se movimentar o problema está na fiação de fora, indo do medidor até o quadro de disjuntores, e tanto pode estar ocorrendo um furto de energia – um gato, como pode ter ainda uma fuga nesta parte.
Para saber qual dos dois prevalece somente um eletricista examinando e fazendo testes na fiação de fora é que poderá lhe dizer. Mas se o medidor parou, então lógicamente não há furto, há uma fuga e está dentro do seu imóvel.
Portanto, se quiser saber em qual lugar do imóvel tem fuga, religue somente o disjuntor geral e passe a ligar os outros disjuntores adjacentes um por um, e a cada vez que você ligar um disjuntor terá que voltar lá no medidor e ver o que acontece até que você ligue algum disjuntor que faça o medidor se mover, e então no circuito desse disjuntor estará o defeito, podendo ser no circuito das luzes ou tomadas e você saberá qual circuito que ele comanda deixando ele desligado e procurando pela casa lugares que ficaram sem energia nas luzes ou tomadas.
Para todos os casos tanto em se tratando de sobrecarga, fiação velha, gambiarras, fuga ou furto, um profissional terá que ser contratado para consertar as coisas.
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