Quadro de disjuntores da distribuição elétrica, no qual vemos os fios de fases (vemelhos) neutro (azul) e terra (verde). Os cabos mais grossos (vermelhos, mas que também podem ser pretos) ligados no disjuntor de cima, que representa o disjuntor geral, trazem a energia até o quadro. Com 2 fases se faz 220V (usando dois vermelhos do exemplo acima) e juntando-se a qualquer uma dessas fases um fio neutro (azul) se terá 110V. O fio terra (verde – proteção) não tem energia, destina-se a eliminar choques ao se tocar nos equipamentos elétricos, daí a importância de se ligar a ele o fio terra dos aparelhos
Este tipo de defeito em instalações elétricas dá-se rotineiramente pelo rompimento de um dos fios das fases ou do *cabo de neutro na entrada de energia do imóvel (padrão do relógio de luz), mas a falha pode acontecer ainda no quadro de disjuntores ou até mesmo na distribuição da fiação na construção.
*Se o cabo de neutro estiver rompido ou mesmo carbonizado, a instalação inteira do imóvel pode virar 220 volts, queimando tudo o que não for bivolt – veja este post.
Entrada das fases e do cabo de neutro no poste do padrão em direção à casa. Estes cabos quase sempre se rompem neste ponto, porém a falha pode ocorrer também na distribuição elétrica do imóvel
A ausência de uma das fases na instalação elétrica faz com que parte do imóvel fique sem energia nas luzes e tomadas, além do chuveiro; e a outra parte permanece normal deixando as pessoas surpresas pois ao abrirem a torneira do chuveiro acendem-se as luzes da residência.
Tal comportamento do chuveiro deve-se exatamente à falta de uma das fases na distribuição elétrica do imóvel. Toda e qualquer instalação de eletricidade bifásica tem além dos fios de neutro e aterramento, dois fios de fases que possuem a força elétrica de *110 volts em cada um e que se distribuem de forma igual e equilibrada obedecendo à lógica do balanceamento das fases, de forma que se um fio fase vai para a iluminação, o outro supre de energia as tomadas de uso geral.
*Este texto considera um sistema bifásico em 110/220 volts na cidade de SP. Existem ainda sistemas monofásicos e trifásicos em diversas tensões, veja energia monofásica, bifásica e trifásica.
Porém o chuveiro, como muitos equipamentos de alta potência elétrica (watts), faz uso de dois fios de fases exclusivos para ele somando a tensão de 220 vindos diretamente do quadro de disjuntores, e com disjuntores à parte para este equipamento; de forma que quando acontece o desaparecimento de uma das fases por algum defeito na instalação, ao se ligar o chuveiro a fase ainda ativa (110) circula na distribuição elétrica do imóvel percorrendo o fio da outra fase em falta, e portanto energizando tomadas e acendendo as luzes que estavam com os interruptores virados na posição de ligado.
Nesta situação você deve em primeiro lugar verificar o disjuntor geral dentro da casa, desligando-o e religando, e se o problema não for sanado você deve fazer o mesmo com os disjuntores do relógio de luz lá fora – imagem abaixo:
Relógio de luz de imóveis térreos
Ou do centro de medição de energia do prédio no térreo, se você está em apartamento.
Cabinas que abrigam os medidores e disjuntores primários em prédios de apartamentos e conjuntos comerciais
No entanto o relógio de luz e os disjuntores dele podem ainda estar nos armários de energia elétrica nos corredores externos dos apartamentos. Tome conhecimento de onde ficam perguntando na portaria do prédio.
Armário de energia elétrica predial
Também um mal contato ou rompimento de um fio neutro ou de fase já dentro da distribuição elétrica do imóvel faz com que parte do lugar fique sem energia, tanto nas luzes que ficam piscando quanto nas tomadas, mas o chuveiro funciona, devendo-se neste caso verificar as emendas destes fios nas caixas de passagem e distribuição nos tetos, que são os pontos cheios de fios encobertos pelas luminárias – imagem abaixo.
Se a falta de energia for acompanhada de iluminação piscando, provavelmente a causa será um mal contato no neutro e então se deverá verificar as conexões deste cabo conforme este vídeo.
Para confirmar a falha do cabo neutro basta medir a tensão deste com os cabos das fases, a leitura no multímetro terá que ser de *110 volts em ambas as fases, se o teste acusar menos de 110 com uma fase e 220 com outra, estará confirmado o defeito no neutro.
*Obs. 01: 110 e 220 são convenções de tensões elétricas, isto é, tensões nominais. Na realidade em 110 encontraremos até 139 volts, e em 220 até 254 volts (cidade de São Paulo).
*Obs. 02: em sistemas TRIFÁSICOS com fornecimento da rede de energia em triângulo, a segunda fase com neutro (fase do meio, normalmente marcada com fita vermelha) dará a leitura de 200V.
Mas quando o chuveiro ao ser ligado aciona a iluminação, existe então um ou mais disjuntores danificados ou pode haver um defeito nos cabos que trazem a energia de fora para dentro do imóvel, como o rompimento ou mal contato de uma das fases.
Se a manobra nos disjuntores não surtiu efeito, o próximo passo será pegar um multímetro ou um teste e ver se está chegando 220 volts no disjuntor geral no quadro de disjuntores dentro do imóvel.
Coloque as pontas de prova do teste nos parafusos de cima do disjuntor (detalhe no círculo), ou seja, em contato com os cabos grossos que entram nele
Se aparecer 220 no disjuntor, o defeito é dentro do lugar, mas se a leitura for de 110 volts, o problema é lá fora no relógio de luz, podendo ser uma avaria no disjuntor localizado ao lado do relógio quanto o rompimento de um dos cabos de força na entrada destes no poste do padrão de energia.
Cabos de entrada de eletricidade do padrão ligados à rede de energia. Quando a instalação elétrica do imóvel sofre uma falta de fase, é comum que um dos cabos das fases esteja bastante carbonizado ou até mesmo rompido
Ou ainda na ligação com a rede elétrica conforme a imagem abaxo.
Confirmando-se que não há 220 (mas 110) no relógio de luz, deve-se acionar a empresa de energia no 08007272196 (Enel – São Paulo) para que uma equipe venha e verifique a conexão elétrica da rede com os cabos do imóvel. Se o defeito for na rede, o reparo será efetuado sem custos para o consumidor.
Mas se afirmarem que o problema não é na rede, então supostamente é no padrão de energia, e este local é extremamente perigoso, os cabos que veem da rede estão energizados e podem dar choques e provocar curto-circuitos altamente explosivos, culminando em queimaduras e ferimentos graves.
Portanto, não se arrisque, na dúvida chame um eletricista de sua confiança.
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